Nova Iorque, 9 de Janeiro de 2010
A viver vários mundos ao mesmo tempo, na instância da mudança, é tão simples caír na dor de cabeça, como quem resvala no gelo desta cidade de casacos escuros e pesados, latinos a embrulharem-se até parecerem rebuçados e afros envoltos em ligaduras coloridas. Meus caracóis ficam lisos perante a secura deste Inverno, valha-me a lembrança das chuvas de Lisboa, amenas e ferteis... Portugal não se acinzenta (pelo menos por fora) quando chega o Inverno. Há verde, azul, laranja, cores vivas no meio do frio. Aqui, a natureza veste-se de branco e castanho, e as cores que vibram são feitas de publicidade. Pública cidade... Cidade pluricidade...
O meu medo é sempre que aqui os meus olhos ganhem um brilho basso, meu cabelo murche de vez, e a minha voz fique contaminada com os whatevers e so whats do costume. É por isso que assim que me vejo a pensar em tudo e a não abraçar nada que me vem ao olhar de água o Tejo ao fim da tarde desde uma praia fluvial que não tem os olhares dos lisboetas cativos. E viva a sardinha que nunca se enlatou...
Saturday, January 9, 2010
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