Eu vou prá Olinda, cidade bela, ver o farol dela que alumeia mar...
A casa era impressionante... Seu Zé Maria,um velhote que nasceu exactamente ali, naquele pedaço de praia, casado com uma filha de portugueses, acolheu-me com carinho, e com as suas ironias e jeitos engraçados. Ele contou-me histórias de botos, os golfinhos sagrados do Amazonas, dos quais as indias tinham receio pois dizia-se que durante a noite se transformavam em belos jovens indios para as amar na beira do rio. Disse que os botos de vez em quando dão à praia, e morrem ali mesmo. Ainda no outro dia deu um à praia, e ninguém dos amigos de Zé Maria, que têm um boteco na praia, não o chamaram para ver. Disse isto com indignação - ele tem direito de saber, o mar viu ele nascer ali mesmo. Também dizia que ficava a namorar com a lua sempre que ela lhe aparecia de cara cheia, e que ela sabia que ele estava ali a namorá-la. A sua mulher, Dona Maria, parecia-me estar muito em paz com as infidelidades lunares do Seu Zé.
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